Jornalistas estão sendo perseguidos gratuitamente na TV Globo. É preciso dizer que a verdade sobre a saída de Fátima Bernardes do JN e Renato Machado do Bom Dia é outra. Patricia Poeta é casada com o novo todo poderoso do jornalismo da Globo, o paulista Amauri Soares, o Midas da Rede Globo. Trata-se de uma história de superação e traições envolvendo executivos e que nunca chega ao conhecimento do público.

Patrícia, Amaury e o filho

Conta Marco Aurélio Melo, paulista do ABC e que ocupou cargos de chefia na sucursal São Paulo, ao que tudo indica, o que foi a razão do afastamento de Renato Machado do Bom Dia Brasil e mandado sem nenhuma pomba para a Sucursal de Londres.

Para entender o imbróglio, vamos a quem é quem.

Amauri Soares era o diretor da Sucursal da Globo em São Paulo, maior praça do país. Integrava a equipe do saudoso Evandro Carlos de Andrade,  nos anos 90 , diretor geral de jornalismo da emissora, cujo lema era “não temos amigos a proteger nem inimigos a perseguir”. Tenho orgulho de ter trabalhado sob o comendo dele, no jornal, em 82/84.

Amauri comandou  a renovação do jornalismo global na época de Evandro, que para lá levou um de seus preferidos no Globo, Ali Kamel. Morrendo Evaldo, Kamel ganhou força na matriz.

Ali Kamel, mulçumano, carioca, formado pela PUC, assume então a chefia da Central Globo de Jornalismo, dando início a um retrocesso nos avanços de Evandro e Amauri. E pra começo de conversa manda Amauri, então já casado com Patrícia Poeta, para os USA, na certeza de mantê-lo longe e sem influência. Kamel pode então dar curso a um projeto de jornalismo retrógrado, mais parecendo uma Voz do Brasil na TV.

Renato Machado, sifu..

Trouxe Renato Machado para comandar o Bom Dia Brasil. Manteve e deu prestígio a Fátima Bernades.

Marido de Patricia Poeta desuniu Willian e Fátima

Renato Machado, editor-chefe,  encarregou o produtor Marco Aurélio, de chamar à atenção de Patrícia Poeta, que antes de acompanhar o marido apresentava a previsão do tempo no Bom Dia, sobre suas roupas, consideradas por Renato muito impróprias. Prefiro que vocês leiam no blog dele, aqui .

Em New York, Amauri não parou. Criou o maior de todos os eventos da Globo nos USA, o Brasilian Day. Isso consolidou sua posição junto à diretoria da Globo, que o trouxe de volta ao Brasil para dar mais dinheiro ainda à Venus Platinada. E deu,  criando o “Promessas”, aproximando a Globo dos segmentos evangélicos, com grande resposta financeira.

Ali Kamel perdeu força.

Aos poucos, a panelinha de Amauri Soares vai ganhando corpo na Globo e começou por emplacar a mulher dele no lugar de Fátima Bernardes, no posto mais alto, na vitrine do jornalismo. E por mandar Renato Machado para longe, pra se arrepender de ter implicado com as roupas da Patricia.

Quanto ao turco (na verdade, sírio) Ali Kamel, vai ser mandado pra Sibéria, já já. Por enquanto continua figurando como diretor da CGJ, feito a rainha da Inglaterra, não pita nada.

Ali Kamel recebe o troco

MISTÉRIO

O coleguinha Rodrigo Vianna, em seu blog escrevinhador narrou bem a história, publicada no dia 01 de dezembro de 2011, às 15h15min, mas que estranhamente tirou do ar… Pode ser até que esteja voltando junto com Amauri.

Transcrevo abaixo o que ele disse e agora tratou de rapar da net. Veja quanta sujeira.


A Globo confirma a saída de Fátima Bernardes do “JN”. No lugar dela deve entrar Patrícia Poeta – atual apresentadora do “Fantástico”.
Fiz hoje pela manhã – no twitter e no facebook – algumas observações sobre a troca; observações que agora procurarei consolidar nesse post. Vejo que há leitores absolutamente céticos: “ah, essa troca não quer dizer nada”. Até um colunista de TV do UOL, aparentemente mal infomado, disse o mesmo. Discordo.
Primeiro ponto: a Patrícia Poeta é mulher de Amauri Soares. Nem todo mundo sabe, mas Amauri foi diretor da Globo/São Paulo nos anos 90. Em parceria com Evandro Carlos de Andrade (então diretor geral de jornalismo), comandou a tentativa de renovação do jornalismo global. Acompanhei isso de perto, trabalhei sob comando de Amauri. A Globo precisava se livrar do estigma (merecido) de manipulação – que vinha da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89.
Amauri fez um trabalho muito bom. Havia liberdade pra trabalhar. Sou testemunha disso. Com a morte de Evandro, um rapaz que viera do jornal “O Globo”, chamado Ali Kamel, ganhou poder na TV. Em pouco tempo, derrubou Amauri da praça São Paulo.
Patrícia Poeta no “JN” significa que Kamel está (um pouco) mais fraco. E que Amauri recupera espaço. Se Amauri voltar a mandar pra valer na Globo, Kamel talvez consiga um bom emprego no escritório da Globo na Sibéria, ou pode escrever sobre racismo, instalado em Veneza ao lado do amigo (dele) Diogo Mainardi.
Conheço detalhes de uma conversa entre Amauri e Kamel, ocorrida em 2002, e que revelo agora em primeira mão. Amauri ligou a Kamel (chefe no Rio), pra reclamar que matérias de denúncias contra o governo, produzidas em São Paulo, não entravam no “JN”. Kamel respondeu: “a Globo está fragilizada economicamente, Amauri; não é hora de comprar briga com ninguém”. Amauri respondeu: “mas eu tenho um cartaz, com uma frase do Evandro aqui na minha sala, que diz – Não temos amigos pra proteger, nem inimigos para perseguir”. Sabem qual foi a resposta de Kamel? “Amaury, o Evandro está morto”.
Era a senha. Algumas semanas depois, Amauri foi derrubado.
Kamel foi o ideólogo da “retomada consevadora” na Globo durante os anos Lula. Amauri foi “exilado” num cargo em Nova Yorque. Patrícia Poeta partiu com ele. Os dois aproveitaram a fase de “baixa” pra fazer “do limão uma limonada”.
Alguns anos depois, Amauri voltou ao Brasil para coordenar projetos especiais; Patrícia Poeta foi encaixada no “Fantástico”. Só que Amauri e Kamel não se falavam. Tenho informação segura de que, ainda hoje, quando se cruzam nos corredores do Jardim Botânico, os dois se ignoram. Quando são obrigados a sentar na mesma mesa, em almoços da direção, não dirigem a palavra um ao outro. Amauri sabe como Kamel tramou para derrubá-lo.
Pois bem. Já há alguns meses, logo depois da eleição de 2010, recebemos a informação de que Ali Kamel estava perdendo poder. Claro, manteria o cargo e o status de diretor, até porque prestou serviços à família Marinho – que pode ser acusada de muita coisa, mas não de ingratidão.
Otavio Florisbal, diretor geral da Globo, deu uma entrevista ao UOL no primeiro semestre de 2011 dizendo que a Globo não falava direito para a classe C (o Brasil do lulismo). Por isso, trocou apresentadores tidos como “elitistas” (Renato Machado saiu pra dar lugar ao ótimo Chico Pinheiro – aliás, também amigo de Amauri). A  Globo do Kamel não serve mais.
Lembremos que, desde o começo do governo Lula, a Globo de Kamel implicava com o “Bolsa-Família”. Kamel é um ideólogo conservador. Por isso, nós o chamávamos de “Ratzinger” na Globo. É contra quotas nas universidades, acha que racismo não existe no Brasil. Botou a Globo na oposição raivosa, promoveu a manipulação de 2006 na reeleição de Lula (por
não concordar com isso, eu e mais três ou quatro colegas fomos expurgados da Globo em 2006/2007). E promoveu a inesquecível cobertura da “bolinha de papel” em 2010 – botando o perito Molina no “JN”. Nas reuniões internas do “comitê” global, ao lado de Merval Pereira, tentava convencer os irmãos Marinho dos “perigos” do lulismo.
Lula sabe o que Kamel aprontou. Tanto que no debate do segundo turno, em 2006, nem cumprimentou Kamel quando o viu no estúdio da Globo. Isso me contou uma amiga que estava lá.
Os irmãos Marinho parecem ter percebido que Kamel os enganou. O lulismo, em vez de perigo, mudou o Brasil pra melhor. Mais que isso: a Globo agora precisa de Dilma para enfrentar as teles, que chegam com muito dinheiro e apetite para disputar o mercado de comunicação. Kamel já não serve para os novos tempos. Assim como os “pitbulls” Diogo Mainardi e Mario Sabino não servem para a “Veja”.
Dilma buscou os donos da mídia, passada a eleição, e propôs a “normalização” de relações. O governo seguiu apanhando, na área “ética” – é verdade. O que não atrapalha a imagem de Dilma. Há quem veja na tal “faxina” um jogo combinado entre a presidenta e os donos da mídia. Será? Dilma tiraria as “denúncias” de letra (o custo ficaria para Lula e os aliados). Do outro lado, os “pitbulls” perderiam terreno na mídia. É a tal “normalização”. Considero um erro estratégico de Dilma. Mas quem sou eu pra achar alguma coisa. O fato é que a estratégia hoje é essa!
Patricia Poeta no “JN” parece indicar que a “normalização” passa por Ali Kamel longe do dia-a-dia na Globo (ele ainda tenta manobrar aqui e ali, mas já sem a mesma desenvoltura). Isso pode ser bom para o Brasil.