Falta de planejamento afeta todo comércio da região
Obras não respeitam afastamento ara carros em frente à loja da Morfeu, na Estrada Francisco da Cruz
O Jornal “EXPRESSÃO OCEÂNICA” de junho, com edição esgotada, publica que comerciantes e profissionais liberais da Região Oceânica de Niterói culpam e apontam a falta de planejamento e o desrespeito as classes produtoras como a principal causa da quebradeira geral que atingiu o setor durante a administração do prefeito Rodrigo Neves (que trocou o PT pelo PV). Empresários dizem que a crise tem sido agravada com a “asfixia geral”, causada pelas obras da Transoceânica, ligando o Engenho do Mato a Charitas, passando pelo túnel Cafubá-Preventório.
Jorge Panaro, proprietário da Morfeu Colchões, com duas lojas na Estrada Francisco da Cruz Nunes, é uma das maiores vítimas do descaso municipal. Para sobreviver, teve que dispensar 2/3 dos funcionários que ficavam de braços cruzados por falta de clientes. Suas lojas form isoladas do público, em decorrência do trânsito interrompido. Não existe nenhuma alternativa temporária.
Jorge Panaro não aguenta mais
Agora, além do isolamento físico, a Morfeu Colchões, tradicional empresa de móveis infantis e de estilo na região, está sem luz, telefone e internet. Por conta da obra, todos os fios foram arrancados. “Acabaram comigo”, queixa-se empresário Jorge Panaro.
– O que já era difícil ficou insustentável quando as obras interditaram minha lojas desde dezembro. Perdi a visibilidade e tive que montar uma operação de guerra para não sucumbir, renegociado aluguéis, prazos com os fornecedores, dando férias aos funcionários até ser compelido a demitir colaboradores leais, que estavam comigo há muito tempo – lamentou.
Parano expressa o sentimento de todos empresários da Região. “Faltou planejamento e respeito à nossa classe. Todos sabíamos que haveria transtornos, mas não tanto assim. Foi interditando tudo à moda boi, sem levar em consideração que somos a maior fonte de trabalho na região. Resultado: o que estava difícil entrou em colapso por absoluta falta de clientes. Para se ter ideia da desorganização, usaram um papel ofício para sinalizar uma alternativa de trânsito para o Hospital da Unimed. Quer dizer, é uma falta de respeito geral, com todo mundo”, disse.
No momento em que concedia entrevista, Jorge Panaro era informado de outro absurdo: a Prefeitura mandou construir um meio-fio que vai inviabilizar o acesso ao estacionamento da loja na entrada do Jacaré.
Sem comunicação com o mundo exterior, nem mesmo as vendas por telefone e internet podem ser feitas. Panaro, como tantos outros comerciantes afetados, teve faturamento zero este mês e não tem perspectivas de como fará para se manter ativo. “Os bancos cobram juros extorsivos e temos que pagar. Até aqui, pudemos contar com a compreensão dos fornecedores, mas nem eles tem mais fôlego para nos atender. Não vejo a hora desse pesadelo acabar” finalizou.
Mesmo abalado com prejuízo, Parano enaltece os operários e técnicos das obras. “Eles fazem o possível, mas é tudo improvisado, na base da boa vontade e compreensão com o nosso drama, mas eles não planejam nada, só executam”, concluiu o empresário.