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– Paulistas querem o filé mighon –

Enquanto o Governador Sérgio Cabral dorme (é seguramente o político mais preguiçoso que o Rio já teve), São Paulo corre para abocanhar o filé mighon da Copa do Mundo, mesmo sem ter a certeza de que sediará jogos.

Semblante de Sérgio Cabral revela que está enfastiado

Aqui só se fala na candidatura da cidade para sediar o Centro de Imprensa. E, a julgar pela preguiça de Sérgio Cabral, Sampa nem precisará fazer o esforço dispendido até agora. E não é só isso: Sãso Paulo deve abocanhar o Congresso da Fifa, que movimentará 5 mil pessoas dias antes da bola rolar no mundial.

Morram de inveja os hoteleiros do Rio. Os congressistas da Fifa têm mais poder de fogo que os torcedores bagunceiros que irão ao  Rio(aliás, o evento é espalhado por várias capitais).

O Centro de Imprensa da Copa, estima-se, deverá abrigar outras 5 mil pessoas, profissionais de imprensa do Brasil e do mundo.

Estou em São Paulo  e causa-me profundo mal-estar essa mobilização do prefeito e governador (Kazab e Alkmin), pra baixo e pra cima. Até parecem dois famitos agarrados a um prato de comida, no caso, qual seja  abocanhar o mais possível para Sampa, inclusive a improvável construção de um estádio moderno até 2014.

Alkimin e Kassab, unidos contra o Rio

O  Rio não tem presença nesse setor, não se fala em projeto para concorrer à cidade-sede do congresso da Fifa e nem do Centro de Imprensa. Deve ser porque  muitos dos jornalistas mundo afora não estão na folha de pagamento de jabás e cala-boca do dorminhoco.

Já que não tem disposição para fazer nada e está sempre indicando o  Vice-Governador Pezão, também poderia mandar Pezão defender os interesses do Rio na Copa 2014.

Dilma manda Cabral parar de pedir verbas e bate no aliado: “Você devia ter vergonha e renunciar”

Um cemitério de geladeiras e máquinas de lavar no meio da rua )foto Thiago Freitas)

Edição do Alerta Total – http://www.alertatotal.net/ –

Por Jorge Serrão – sexta-feira passada, a Presidenta Dilma Rousseff comprovou que seu estilo de governar não poupa sequer os aliados ou amiguinhos. Por telefone, Dilma quase reduziu a pó o governador Sérgio Cabral. No momento mais tenso da conversa entre ambos, Dilma chegou a gritar que Cabral devia ter vergonha e renunciar. A bronca de Dilma em Cabralzinho foi presenciada por amigos dela.

Dilma recomendou que Cabral pare de reclamar por verbas. Lembrou que, desde 2008, o governador fluminense já fora alertado pelo governo federal de que as chuvas poderiam causar uma tragédia no Estado. Dilma concluiu que a administração de seu aliado pouco fez para evitar os efeitos das chuvas que produziram centenas de mortes.

Dilma também criticou Cabral por se ausentar do Rio de Janeiro, em períodos críticos, como os de começo de ano. A Presidenta ponderou que pega muito mal, em toda catástrofe, o vice-governador Luiz Fernando Pezão sempre aparecer, primeiro, como a voz oficial, enquanto o governador tira férias.

Quem ouviu a conversa no viva voz jura que Cabralzinho chegou a chorar com as duras críticas da Mãe Dilma. A mídia amestrada dará uma linha sequer sobre a bronca privada de Dilma em Cabralzinho. O assunto “não interessa” no momento de exploração jornalística da desgraça de milhares de pessoas.

Leia, abaixo, os artigos de Arlindo Montenegro (Conto do Vigário) e de João Bosco Leal (Políticos canalhas ou canalhas políticos?)

Risco das decisões

Pode chegar a R$ 1 bilhão a obra de preparo do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014, caso se confirme o comprometimento estrutural do velho estádio.

Estima-se que sejam necessários mais de R$ 2 bilhões para refazer pontes, estradas e moradias, devastadas pelas chuvas e pela omissão governamental, em três cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro.

O risco de atraso no cronograma para a copa-negócio da Fifa e a pressão urgente para realocar recursos destinados a obras emergenciais pós-catástrofe são as dores de cabeça do momento de Sérgio Cabral.

O sucesso (ou fracasso) de suas decisões afetará seu projeto político de ser candidato a vice-presidente na eleição de 2014.

Tragédia prevista

Um estudo pelo Instituto de Pesquisa Tecnológicas para a Prefeitura de São Paulo denuncia que 115 mil pessoas vivem em 407 áreas de alto risco de deslizamentos ou enchentes.

O alarmante relatório do IPT recomenda que os cidadãos de risco deveriam abandonar suas casas imediatamente, principalmente na época de chuvas fortes e concentradas.

Das 407 áreas mapeadas pelo estudo, nada menos que 43% delas ficam na Zona Sul, onde 50 mil pessoas vivem precariamente em 12 mil moradias.

 

POLÍTICOS DA SERRA DEIXAM AS CIDADES FEITO RATOS DE NAVIOS 

Sem eira nem beira, moradores tentam fugir do inferno, saindo do nada para lugar nenhum. O auxilio demorou muito a chegar e os polítikcos sumiram (foto tirada pelo meu filho Thiago, na terça-feira,11/01)

Os políticos de Nova Friburgo e Bom Jardim, tão assíduos em aparições públicas, desapareceram como que por encanto. Deputados de todas as casas e vereadores locais, veteranos papagaios de pirata,  sumiram, evaporaram no ar como num passe de mágica enquanto a população clamava por socorro. São gritos que ecoam na alma, lá longe.

A turma do tapinha nas costas, do “diz que eu mandei” e do “sabe com quem tá falando” escafedeu-se morro abaixo, abandonaram suas cidades tal e qual fazem os ratos nos navios. São sempre os primeiros a pular fora.

Pai carrega em saco o filho que sobreviveu a tanta destruição (foto Thiago Freitas, em 11/01)

Sabe-se lá o que se passa na cabeça desses covardes, longe do teatro de operações. Será que dormem o sono dos inocentes?. Na cabeça do povo, nós sabemos o que se passa: revolta e dor.  A ex-prefeita de Friburgo, Saudade Braga, seria feita guisado regado a lama. 

Como político não é bobo nem nada, trataram de tirar não só o cavalinho da chuva, mas seus carros e riquezas, filhos, filhas, toda parentada mais próxima. Quem ficou morreu, como o ex-prefeito Paulo Azevedo e o filho.

Que sirva de lição para os friburguenses, bomjardinenses, cordeirenses, petropolitanos, enfim, de todos, que não dá para contar com essa casta de políticos sanguessugas, bissextos, que só aparecem de quatro em quatro anos para beber cerveja e comer churrasco com os eleitores no período pré-eleitoral.

Fora com eles.

Desde quando as construções nas cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro não são em encostas?

Foto Jornal O Dia

Nada é mais desagradável do que assistir a um governador da espécie ‘ladrão de porco” (já explico lá no final o que é isso), dissimuladamente e na maior cara de pau jogar a responsabilidade pela tragédia das chuvas na Região Serrana em quem construiu nas encostas. Desse modo, Sérgio Cabral Filho quis dizer “bem-feito” para os que morreram ou perderam tudo, mas não teve a dignidade de admitir e assumir  a sua culpa.

Políticos são assim, sentem-se extremamente poderosos, acham até que não morrem, são imortais. Será que é preciso ocorrer com Cabral o choque que Antonio Carlos Magalhães levou quando o jovem e promissor filho Luiz Eduardo morreu, assim, do nada? A dor fez Toninho Malvadeza, como era conhecido, ficar mais humano e trouxe muitos políticos à realidade de que poderiam desencarnar num piscar de olhos também.

Sérgio Cabral só abre a boca pra ofender e enganar. Nada traduz ternura e segurança na sua fala acerca da calamidade, só irritação e desconfiança de quem, como eu que não estou na folha de pagamento dele, exige melhores explicações. E culpa os pobres-coitados dos prefeitos pelo caos, como se as prefeituras não ficassem no Estado.

Vamos começar pelo começo:

No domingo 9/01/11, foram emitidos alertas meteorológicos para autoridades do Governo do Estado e Prefeituras para riscos de chuvas torrenciais, superiores a 200mm (choveu mais de 300). Tal alerta é dado por telefone celular a pessoas devidamente autorizadas, inclusive o Chefe da Defesa Civil do Estado, Secretário de Saúde Sérgio Cortês, que estava lá com sua cara de bobo. Nada fizeram para alertar a população das áreas de risco para que buscassem abrigo, como fez a Prefeitura de Areal, com um carro de alto-falante. Deu no que deu.

Agora discutem que não receberam aviso, apesar do site do climatempo estar permanentemente no ar, alertando. Mas isso se esclarecerá pela conta dos telefones, é fácil, se houver interesse de responsabilizar os responsáveis.

Não houve nenhuma estratégia de atuação, comando, nada. Já na segunda-feira, famílias queriam deixar as

Moradora caminha sobre a lama que cobriu a rua (foto O Dia de hoje)

áreas, mas de quê? Para onde? Restou  torcer para a chuva parar. Novamente na segunda-feira, alertas meteorologicos desesperados foram emitidos, quando o solo já estava por demais ofendido, encharcado. A remoção teria que ser imediata. Nada, nada foi feito. E horas depois, a enxurrada produziu o som da morte e destruição, que podia ser ouvido a quilômetros de distância. Morte barulhenta, que certamente se confundiu com a explosão de transformadores de energia. explodindo.

E não morreram apenas os que estão sendo recolhidos. Há centenas de corpos soterrados e que jamais serão resgatados

Como culpar os pobres e as prefeituras se a enxurrada levou pontes e mais pontes, derreteu estradas, abrindo fendas enormes, se a responsabilidade sobre esse tipo de edificação é do Estado?.  Do mesmo Estado que consentiu na cobrança de pedágio em rodovias sem saída, sem segurança, que ligavam o nada a lugar nenhum, como a RJ 116. Não é inexplicável a omissão de Sérgio Cabral (e porque não dizer da própria Presidente Dilma?), é visivel e intrigante.

Sem comando, a operação do Estado mobilizou tropas de outros lugares, como Macaé, Campos, Rio, Niterói e Baixada. Da Capital vieram os melhores, que na zona de operação se revelaram uns trapalhões, especialmente os da Comlurb e Defesa Civil. Desinformados, acabaram reforçando boatos absurdos, como o de que uma represa arrebentou e, em forma de tsunami, vinha destruindo tudo. Vendo que carros da Defesa Civil do Prefeito Eduardo Paes também fugiam e alertavam para a morte iminente, o povo entrou em pânico. Idosos imploravam aos filhos que os deixassem morrer na rua, mas que salvassem suas vidas, buscassem abrigos. Meu trabalho foi  confortar os que não podiam correr e dizer que seria impossível a tsunami da represa lá embaixo chegar a Nova Friburgo. Não deu outra.

Tomara que agora sirva de lição, pois das outras vezes não vezes nem fez cosquinha na reputação do Governador, tanto que se reelegeu com 66% dos votos da população para a qual agora vira as costas.

*Ladrão de Porco é uma expressão cunhada a partir de uma piada do humorista Juca Chaves, acerca do homem que roubou um bacuri  enfiou por baixo da jaqueta que vestia. Ao ser revistado pela polícia, o homem se apavorou e demonstrando surpresa e espanto, implorava  aos policiais para que o ajudassem a tirar aquele bicho dali, como se o porco tivesse entrado em sua jaqueta por vontade própria.